terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Londres parte 1

No mês de novembro de 2014, eu estava crente que ficaria mais um ano na Irlanda. E para isso eu não poderia voltar para o Brasil, pois com o dinheiro do aéreo eu poderia pagar a minha renovação de visto e a compra de mais seis meses de curso de inglês.

Pois bem, com a melancolia de final de ano, e a saudade de casa batendo, eu vi na minha timeline do Facebook que uma amiga do Brasil estava vindo com a mãe para Europa passar o réveillon com o irmão que mora em Londres.

Passar datas comemorativas com amigos é muito bom, e amigos que te lembram família, casa e suas cidade natal, é melhor ainda.

Logo me convidei para passar o ano novo com a família da minha amiga e ainda de quebra conhecer Londres. E por educação minha amiga me acolheu. (Mentira, ela me acolheu com amor).

Voar de Dublin para Londres é como viajar de Foz para São Paulo. Pertinho.

Então, em uma manhã gelada de inverno, minha querida chefe madrugou as cinco da manhã para me levar até o aeroporto de Dublin.

Cheguei em Londres as Dez da manhã com duas malas, inclusive uma era bem grande, pois seguiria para o Brasil, e fui pegar o trem sentido centro.

Eu já havia estudado e desenhado todo o percurso que teria que fazer do aeroporto até o hostel.  Pois bem, começou então a aventura.

Peguei o primeiro trem que levou 50 minutos até a estação Liverpool Street, onde eu teria que carregar créditos no meu cartão Oyster, (cartão que permite andar de metro e ônibus por Londres fazendo economia), e seguir de metro para a estação Bank onde eu teria que fazer baldeação para linha preta.

Como eu sou toda perdida sem senso de direção, na Bank eu pedi informação para uma senhora árabe (usava véu) que estava com um casal de filhos. A senhora então não só me ajudou a achar a linha preta em direção a Elephant Castle como ainda carregou minha mala grande, e o filho dela a mala menor, por dois lances de escadas a baixo até a porta do meu vagão.

Eu fiquei extremamente grata e feliz pela simpatia e ajuda daquela família, para comigo, uma estranha perdida em Londres.

Chegando na estação que eu deveria emergir para a superfície, tive a sorte de seguir a minha intuição, adentrar em um elevador, e sair pela porta correta da estação que dava direto na rua do meu hostel.

Dali, eu deveria sempre virar ruas à esquerda. Fui então empurrando minhas malas até o Hostel Safestay Elephante Castel.

Fica a dica aqui de um excelente hostel em Londres. Bem localizado, na região de Waterloo, com café da manhã incluso, banheiros nos quartos, beliches com cortinas e luminárias particulares e um preço super bacana. E todas as noites rolava alguma festinha no bar. 






Cheguei no hostel, fiz o check in, guardei minhas mala, peguei um mapa de Londres, pedi informações na recepção e sai explorar a capital Britânica.

Claro que meu senso de direção é terrível, e apesar de ter um mapa em mãos ele não mostra a minha real localização. Mesmo assim eu preferi me aventurar a usar o mapa do celular, e não quis ir de ônibus. Resolvi fazer uma caminhada, que por sinal deveria durar no máximo 20 minutos até a Roda gigante, mas com as voltas que dei durou 40 minutos.

Em fim, avistei a London Eye em meio aos prédios e fui seguindo até ser só eu e ela. Na verdade o mundo inteiro estava lá também. A fila era gigantesca, e eu não tinha pretensão nenhuma de pagar para dar uma volta no brinquedo, então, sentei por uns vinte minutos em um dos granitos que cercam o local, e fiquei observando-a girar.

A London Eye é assustadoramente gigante. É incrivelmente linda.  E por lá se escutava de tudo, inglês, Frances, chinês, italiano, espanhol e claro, português do Brasil.

Fiquei a admirá-la até não aguentar mais de frio, fui então para a próxima atração. O Big bem.



Para chegar as proximidades do relógio, deve-se atravessar uma ponte, e eu juro que ela estava mais lotada que a ponte da Amizade - que liga o Brasil ao Paraguai - em pleno sábado antecedente ao natal.

Eu tive a sorte de pegar o tempo limpo com sol todos os dias que estive em Londres. E aquele cenário da London eye, Big bem e rio Tâmisa ao entardecer é Fantástico! Eu estava sozinha, mas extremamente feliz por estar vivendo aquele momento lindo.




Eu só iria encontrar minha amiga no dia seguinte. E como ainda eram só três da tarde, e não queria voltar para o hostel, resolvi seguir minha intuição e o fluxo de pessoas, assim fui parar no palácio Buckingham.

O Palácio é bonito, mas tem grades gigantescas, então os turistas todos se aglomeram aos redores dos portões para ficar tirando fotos. Confesso que não foi meu lugar preferido.





Eu queria ir na Primark, uma loja que vende produtos extremamente baratos, pois eu estava com muito frio, e meu casaco não estava dando conta, e eu também havia perdido a minha toca durante a caminhada.

Então já totalmente escuro as 5 da tarde, seguindo a minha intuição e o mapa de papel, fui parar na Oxford street.

Eu que achava que a Grafton de Dublin era minha rua preferida no mundo. Isso até conhecer a Oxford de Londres. É muito linda! Toda cheia de decorações, iluminação, shoppings infinitos, lojas cheias de promoções, infernalmente movimentada.




Cheguei então na Inglesa Primark conhecida também como Pennys na Irlanda.

Gastei mais de uma hora na loja procurando o casaco perfeito com o preço perfeito e não achei. Comprei então um colete barato só para continuar a expedição.

Já eram 7 da noite e eu me lembrara que não havia tomado café da manhã e nem almoçado. 

Resolvi procurar um lugar para comer.  Novamente seguindo minha intuição e querendo sair do movimento acabei virando em uma rua cheia de pequenos restaurantes. Passei um por um olhando o cardápio e decidindo o que comer. Entrei então em um restaurante italiano bem simpático e fui de pizza marguerita com vinho para esquentar.

Após o jantar já na rua, tropicando por causa do vinho, abri meu mapa para descobrir por onde deveria ser meu próximo passo. Nisso um casal passando me viu, achando que eu estava perdida me perguntaram para onde eu queria ir. E eu respondi que ainda não havia me decidido, agradecendo a receptividade deles é claro. Concluí que os moradores de Londres são extremamente educados, solidários e prestativos.

Bom. Quando nós paramos para descansar é que descobrimos como realmente estamos cansados. Percebi que eu deveria encerrar a minha primeira noite em Londres com um bom banho quente no hostel. Segui então para o metro.

Desembarcando na estação Elephant Castle, que é a do hostel, eu emergi para a superfície, porém não fui de elevador e sim de escadas. Fiz o caminho que eu achava que lembrava, onde eu deveria sempre virar a esquerda até a rua do hostel. O problema foi eu ter emergido em uma porta errada, que era totalmente oposta a saída correta.

Depois de já ter andando mais de 20 minutos, caí em si que estava perdida. Sem movimento nenhum na extensa avenida, oito e trinta da noite, encontrei uma lanchonete vazia com uma senhora atendente. Entrei para pedir informação com meu mapa em mãos. No mapa a senhora apontou onde é que eu estava, e para onde eu deveria ir. 

Confirmando minha falta de noção espacial. Voltei para a estação do metro e lá pedi novamente informação. Até que consegui me localizar e achei o caminho para a verdadeira rua do hostel. Depois dessa eu não me perco mais por lá.

Cheguei ao hostel, sã e salva, cansada, mas extremamente satisfeita e feliz pelo dia cheio de aventuras que tive. Tomei meu banho quente, e antes das dez da noite já estava dormindo.

E esse foi só o começo do que Londres protagonizou em meus dias na terra da Rainha.


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