Durante os últimos seis meses, a minha cabeça fez vários nós
pensando no futuro. Foram muitas crises existenciais. Minha principal questão,
claro, é “o que fazer da vida?”.
Até enviei alguns emails para amigos mais chegados pedindo opiniões
sobre mim. Mas a maioria só apontou os meus pontos fortes.
Eu sou formada em Publicidade e Propaganda, já trabalhei com
produção para TV e designer gráfico. Tenho um MBA em Gestão Empresarial, mas
nunca tive a oportunidade de exercer uma função na área do marketing, a qual eu
estava disposta a seguir. Lembrando também dos meus quatro anos como interprete
de Libras.
Vim aprender inglês na Irlanda com o sonho de voltar para o
Brasil e ir trabalhar em alguma agência de publicidade ou multinacional em São
Paulo capital.
Mas a verdade é que eu não sei o que realmente quero fazer
profissionalmente.
Dizem que o melhor trabalho é aquele que fazemos com amor. Então me pergunto se eu amaria realmente viver sobre constante pressão em uma
gigantesca cidade que tem um custo de vida exorbitante. Eu adoro São Paulo, mas meus 25 dias vivendo
na capital fazendo curso na ESPM fora moleza.
Eu estava em um apartamento que ficava a uma quadra da Avenida
Paulista e uma quadra da Brigadeiro, então pegava o metro para vila Mariana e
em pouco tempo já estava na faculdade. Fazia academia na Runner, era julho,
então com as férias escolares o transito não estava tão caótico. Pude passear
por museus, parques, shoppings. Até algumas agências de publicidade famosas eu
visitei.
Em fim, eu vivi o glamour de São Paulo. Se eu for pra lá agora,
possivelmente morarei longe do trabalho, gastarei uma fortuna em aluguel,
transporte e alimentação e meu currículo não está à altura de pleitear cargos
em excelentes empresas com ótimos salários.
Mas então José, o que eu devo fazer?
Existem tantas possibilidades, lugares, ideias e vontades
que eu não consigo focar em apenas uma.
Eu poderia fazer uma nova faculdade, creio que seria de
gastronomia, talvez em Curitiba. Ou abrir uma empresa, um café em Caldas Novas,
por exemplo. Trabalhar em algum hotel em Foz do Iguaçu e ficar perto da
família. Renovar meu visto na Irlanda, continuar estudando inglês e arrumar um
trabalho em algum Pub ou restaurante. Voltar para casa e estudar integralmente
para passar em algum concurso público. Ou casar, como a maioria das minhas
amigas está fazendo, e dar um neto para o meu pai sossegar.
Mas eu resolvi mandar currículo para uma agência que recruta
mão de obra para trabalhar em Cruzeiros. Fiz uma primeira entrevista, e agora
estou esperando o resultado.
Em fim, eu escolhi o mundo. E se eu não passar no processo
seletivo para o navio, estou pensando seriamente em virar nômade. Mas primeiro
preciso pensar em um “ganha pão” ou um patrocínio para manter essa escolha.
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