quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

O amor é um expoente negativo

Aprendemos sobre o amor o sofrendo.

E apesar de termos inúmeros adjetivos para o classificar, na maioria das vezes não sabemos explicar a brutalidade que sentimos ao vivenciar um.

Como já disse Vinicius de Moraes, repetido por Jobim e provado por Chico, “Um grande amor só é bem grande se for triste”.

No início, é aquela alegria sem tamanho que quer explodir seu peito com um sopro forte de dentro para fora, expandindo contra a pele, contra a razão, contra a sociedade.

E não mais que de repente, vira dor absurda, de sufocar a garganta, apertar o peito em caminho oposto, comprimindo o coração como se fosse triturá-lo até ao pó.

É rezar para passar, para parar de doer, mas também é acreditar e ter esperança que ele vai reacender reviver, sobreviver e voltar a arder, porque o maior sofrimento é extingui-lo e ser obrigado a ter que deixá-lo ir, morrer.

É quando todos os sinais dizem não, até as placas de sinalização apontam a distância, a diferença, a discrepância e o dilema de seguir enfrente com essa loucura de amar.

Mas a pele, as pernas, o peito, o pescoço desejam, latejam, almejam o outro do par.

É ver que as cores do arco-íris que te deram sentido, alegria e direção, desbotassem de repente, voltando ao cinza escuro e ao cinza claro, os tons da rotina.


E lá vem outra vez o Vinicius não mais que de repente me frustrar ao dizer que o poeta só é grande se sofrer, mas, que viver sem ter amor não é viver.

E se eu sobreviver mais uma vez a esse pesar, e eu sei que vai passar, amar outra vez não será mais questão.

Só opinião.