Aprendemos sobre o amor o sofrendo.
E apesar de termos inúmeros adjetivos para o classificar, na
maioria das vezes não sabemos explicar a brutalidade que sentimos ao vivenciar
um.
Como já disse Vinicius de Moraes, repetido por Jobim e
provado por Chico, “Um grande amor só é bem grande se for triste”.
No início, é aquela alegria sem tamanho que quer explodir seu peito com
um sopro forte de dentro para fora, expandindo contra a pele, contra a razão, contra a sociedade.
E
não mais que de repente, vira dor absurda, de sufocar a garganta, apertar o
peito em caminho oposto, comprimindo o coração como se fosse triturá-lo até ao pó.
É rezar para passar, para parar de doer, mas também é acreditar e ter
esperança que ele vai reacender reviver, sobreviver e voltar a arder, porque o
maior sofrimento é extingui-lo e ser obrigado a ter que deixá-lo ir, morrer.
É quando todos os sinais dizem não, até as placas de
sinalização apontam a distância, a diferença, a discrepância e o dilema de
seguir enfrente com essa loucura de amar.
Mas a pele, as pernas, o peito, o pescoço desejam, latejam,
almejam o outro do par.
É ver que as cores do arco-íris que te deram sentido, alegria
e direção, desbotassem de repente, voltando ao cinza escuro e ao cinza claro, os
tons da rotina.
E lá vem outra vez o Vinicius não mais que de repente me
frustrar ao dizer que o poeta só é grande se sofrer, mas, que viver sem ter
amor não é viver.
E se eu sobreviver mais uma vez a esse pesar, e eu sei que vai passar, amar outra vez não será mais questão.
Só opinião.
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