Sabe aquela sensação de alegria sufocante que parece que vai
explodir dentro do peito e fazer voar? Que te faz rir sem parar até querer
chorar? Onde a gratidão inunda seu corpo e seu vocabulário, e a palavra mais
pensada e pronunciada para a vida é obrigada.
Assim me sinto, quando realizo um
sonho.
Depois de alcançado, fica aquela espécie de amor platônico do
sonho realizado. A sensação de ter sido perfeito se eternizando no imaginário.
E até agora nenhum desses sonhos foi de possuir algo de
concreto e sim, vontade de estar, participar e vivenciar alguns lugares que por
algum motivo não identificado foram se alojar em minha mente.
Por exemplo, conhecer a Eslovênia. Ou querer assistir o jogo
do botafogo no Rio de Janeiro.
Afinal por que cargas d’água uma menina do interior do
Paraná queria conhecer um país tão pequeno e desconhecido como a Eslovênia e
ainda mais inexplicável torcer por um time carioca, que nem é tão famoso assim,
sem ter a influência de um único familiar ou amigo.
Bem lá no fundo, Freud¹ deve explicar as razões desses
sonhos, assim como Peirce² explicaria as reações desses fenômenos.
Os signos que representam algo em nosso consciente através
das informações repassadas por outras pessoas ou até mesmo adquiridas à
distância sobre certo lugar sempre será diferente da expectativa que geramos
quando vivemos a experiência presencial.
Essa é a minha conclusão sobre os lugares
históricos e famosos que passei no ano de 2016.
Foram pelo menos 20 cidades diferentes que passei e minhas expectativas
formadas por conhecimento adquirido através de livros, internet ou opinião e
conselhos de conhecidos não bateram com a realidade que gerei ao conhecer de
fato, presencialmente cada um dos lugares.
Não basta simplesmente alguém falar que o lugar é
maravilhoso, pois a concepção de beleza significante que faremos será
imensamente desproporcional com a percepção vivenciada, isso graças ao elemento emoção.
A singular compreensão absorvida por cada indivíduo
sobre o lugar visitado terá grande influência devido ao estado de espírito e/ou
humor presentes naquele determinado momento.
Uma boa dica é ter a cabeça aberta sem preconceitos para
absorver com leveza a cultura do novo, isso fará toda a diferença para formar
uma boa e positiva opinião. E com certeza a diversão será maior.
Por isso viajar, explorar e vivenciar são bons investimentos
de aprendizagem. Além de relembrar as aulas de história do colégio, o mapa Mundi
começa a fazer mais sentido na mente, ganhando ou até aperfeiçoando seu significado.
¹ Sigmund Freud: criador da psicanálise.
² Charles Sanders Peirce: pai da semiótica.
Excelente depoimento Fernanda, nada como a experiência pessoal!!!!
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