Ano passado eu costumava ir para a escola todos os
dias a pé.
Eram em torno de trinta minutos caminhando passos ligeiros, com chuva ou sol.
Eram em torno de trinta minutos caminhando passos ligeiros, com chuva ou sol.
E algo que eu me arrependi muito de não ter feito em 2014
foi de não ter comprado uma bicicleta.
Eu tinha receio.
Primeiro motivo: é comum o roubo de bicicletas por aqui,
todo mundo conhece alguém que já ficou sem sua magrela.
E eu sempre pensava a quão frustrada eu ficaria de ter a
minha roubada.
Segundo, como andar de bicicletas por essas ruas de mão
inglesa?
E se eu meu cérebro se teletransportar mentalmente para o
Brasil e eu acabar indo para o lado errado da rua?
E se estiver vindo um ônibus ou um caminhão gigante? Ele vai
ter que ficar me esperando, eu a madame de bicicleta lagarteando lentamente na
frente dele.]
E se estiver chovendo? E se ventar de mais? E se o pneu da
bicicleta entrar no trilho do Luas e eu cair? E se eu quiser sair de vestido?
Em fim, o “e se” reinou na minha cabeça e não comprei a bike
ano passado.
Esse ano (tcharannn) eu continuo sem ter a minha bike
pessoal.
Porém eu fiz o cartão do Dublin bikes, que são estações de
bicicletas publicas espalhadas pela cidade.
Eu paguei 20 euros pelo cartão que é cobrado anualmente, ou seja, só pagarei novamente ano que vem.
Eu paguei 20 euros pelo cartão que é cobrado anualmente, ou seja, só pagarei novamente ano que vem.
Aqui ao lado do meu apartamento existe uma estação de Dublin
bikes, então eu passo meu cartão pela maquina, digito minha senha, escolho uma
das bicicletas que estão à disposição e tenho exatamente 30 minutos para
pedalar com ela pela cidade até devolvê-la em alguma outra estação.
Daqui de casa até a escola em média eu levo 20 minutos. Quando
não tem nenhuma bike aqui ao lado do prédio, eu pego na esquina da minha rua,
quando também não tem lá, eu pego no caminho do hospital. E quando está um dia
lindo de sol que todos resolvem usar o Dublin bikes e também não há nenhuma disponível
no hospital, eu desço até a estação do Luas Heuston e lá eu consigo alguma
bike. Se até lá não tiver bike, aí vou de Luas, se eu tiver dinheiro na
carteira, claro.
Caso não haja moedas na bolsa, o jeito é ir caminhando para a aula.
Caso não haja moedas na bolsa, o jeito é ir caminhando para a aula.
Enfim, descobri que andar de bicicleta no meio do transito,
desviar de ônibus, passar os semáforos abertos em quanto a fila de carros ao
lado não passou, pois está congestionado, ter um ônibus atrás botando pressão
em plena subida é muito divertido.
Sem falar que maximiza muito o meu tempo.
Enquanto a pé eu levaria em torno de 50 minutos, de luas
(espécie de trem elétrico) são 30 minutos e tenho que pagar 2,20 euros, de bike
saindo aqui do lado de casa até a estação próxima da escola com a sorte de
pegar os semáforos abertos gasto 15 minutos.
Já peguei a manha do caminho, já sei o melhor horário, perdi
o medo, vou de vestido, quando venta muito o vento quase derruba a bicicleta,
as coxas ardem, é um ótimo exercício, se está frio esquenta por estar
pedalando, se está quente o vento constante ajuda a refrescar, a bicicleta é confortável,
um pouco pesada, mas de fácil manuseio, e só basta ajeitar o banco na altura do
seu quadril e sair pedalando feliz.
Às vezes coloco um pagode pra tocar no Ipod e vou sambando
de bike para a escola.
Na volta da aula talvez leve um pouco mais de tempo, pois é
subida e horário de rush, mas também vale a pena.
Quando resolvo fazer mercado após a aula, coloco as compras
na cesta acoplada em frente da bike e retorno feliz, pedalando, me exercitando
e me aventurando em meio dos carros para casa.
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