Este está sendo um pré-Natal extremamente diferente, não só
por eu estar em outro país, ou por passar sem ninguém conhecido ou familiar,
mas o que desiguala dos outros é o sentimento.
Aqui na casa em que moro há uma grande árvore de natal, uma
super decoração com duendes, ursinhos natalinos, papais Noéis, renas e meias
vermelhas espalhados pelos vários cômodos o que identificam a ocasião. Mais do
que adereços, aqui existem três lareiras com chaminés e ainda faz frio de
temperaturas negativas. “bem coisa de filme americano”.
As crianças estão contando os dias para a grande festa, mas
a minha relação com o tempo é como se ele não existisse. Não consigo
mensura-lo. É como se as horas não passassem nunca, mas quando eu olho para o
calendário está tão próximo do dia 25 de dezembro, e eu penso, e daí? É como
que se dentro de mim estivesse tão frio quanto fora, pois não há expectativa
alguma. Eu não desejo comer panetone, não me imagino procurando o presente em
baixo da árvore com o meu nome, não desejo ganhar absolutamente nenhum
presente. Nenhum tênis, nenhum vestido, nenhuma bolsa, nenhuma caixa de bombom.
Eu já passei natais com toda a minha família reunida, só com
os meus pais, com família de namorado, com amigas, sem família nenhuma, em
casa, longe de casa, acordada, dormindo. Mas o que os igualavam era um
sentimento de expectativa, o desejo em querer algo e saber que teria o sonho
materializado.
Agora, eu simplesmente não tenho expectativa, pois não tenho
sonho algum para querer tornar real. Não quero ganhar nenhum perfume, não quero
nenhuma roupa nova... O que eu mais desejo é ter uma meta, um foco e ter força
de vontade para atingir o objetivo que sumiu.
Eu sinto é muita falta de colocar minha mão dentro do saco
de presentes do urso pendurado na porta do meu quarto em Foz e encontrar uma
nota de R$20,00 surpresa deixada pela minha mãe Noel.
Alguém viu minha motivação perdida por ai?
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