segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Sonhalizei


Sabe aquela sensação de alegria sufocante que parece que vai explodir dentro do peito e fazer voar? Que te faz rir sem parar até querer chorar? Onde a gratidão inunda seu corpo e seu vocabulário, e a palavra mais pensada e pronunciada para a vida é obrigada.

Assim me sinto, quando realizo um sonho.

Depois de alcançado, fica aquela espécie de amor platônico do sonho realizado. A sensação de ter sido perfeito se eternizando no imaginário.

E até agora nenhum desses sonhos foi de possuir algo de concreto e sim, vontade de estar, participar e vivenciar alguns lugares que por algum motivo não identificado foram se alojar em minha mente.

Por exemplo, conhecer a Eslovênia. Ou querer assistir o jogo do botafogo no Rio de Janeiro.

Afinal por que cargas d’água uma menina do interior do Paraná queria conhecer um país tão pequeno e desconhecido como a Eslovênia e ainda mais inexplicável torcer por um time carioca, que nem é tão famoso assim, sem ter a influência de um único familiar ou amigo.

Bem lá no fundo, Freud¹ deve explicar as razões desses sonhos, assim como Peirce² explicaria as reações desses fenômenos.

Os signos que representam algo em nosso consciente através das informações repassadas por outras pessoas ou até mesmo adquiridas à distância sobre certo lugar sempre será diferente da expectativa que geramos quando vivemos a experiência presencial.

Essa é a minha conclusão sobre os lugares históricos e famosos que passei no ano de 2016.

Foram pelo menos 20 cidades diferentes que passei e minhas expectativas formadas por conhecimento adquirido através de livros, internet ou opinião e conselhos de conhecidos não bateram com a realidade que gerei ao conhecer de fato, presencialmente cada um dos lugares.

Não basta simplesmente alguém falar que o lugar é maravilhoso, pois a concepção de beleza significante que faremos será imensamente desproporcional com a percepção vivenciada, isso graças ao elemento emoção.

A singular compreensão absorvida por cada indivíduo sobre o lugar visitado terá grande influência devido ao estado de espírito e/ou humor presentes naquele determinado momento.

Uma boa dica é ter a cabeça aberta sem preconceitos para absorver com leveza a cultura do novo, isso fará toda a diferença para formar uma boa e positiva opinião. E com certeza a diversão será maior.

Por isso viajar, explorar e vivenciar são bons investimentos de aprendizagem. Além de relembrar as aulas de história do colégio, o mapa Mundi começa a fazer mais sentido na mente, ganhando ou até aperfeiçoando seu significado.




¹ Sigmund Freud: criador da psicanálise.
² Charles Sanders Peirce: pai da semiótica.