Declaração para uma princesa Amy Daphne.
Foi no colégio que nos conhecemos, éramos as gordinhas com
poucos amigos e nada populares. Nossa diferença era que ela sonhava em ser uma princesa
e adorava os holofotes.
Menina doce, meiga e sem vergonha literalmente de ser feliz,
sempre correu atrás e batalhou por todos os seus sonhos e claro que de maneira
honesta e bonita, sem prejudicar ninguém, espalhando alegria e proporcionando gargalhadas,
até mesmo quando ela própria era o mote da piada.
De cabeça sempre erguida ela me ensinou que o melhor da vida
é rir, principalmente de si mesmo.
Eu sou o Yin, ela é o Yang.
Podemos nos considerar opostos e como os polos diferentes se
atraem, nos completamos.
Começamos fazendo trabalhos de sétima série juntas. Chegamos
a brincar um pouco de casinha e esconde-esconde na rua da casa dela.
Aos poucos começamos a enxergar a existência do sexo masculino
ao nosso redor de outra maneira. Até então eles eram meros seres infantis que
só serviam para nos pentelhar e jogar batatas em nossas cabeça.
Ela começou a usar salto um pouco antes de mim, maquiagem
também. Escondemos uma da outra a data da nossa primeira menstruação de
vergonha e medo de admitir que estávamos crescendo mesmo que tenha ocorrido com
um mês de diferença. Ainda sofremos juntas pela primeira vez a dor de uma
depilação com cera quente.
Ela sempre foi meu caderno de confidencias, meu diário, minha
colega de descobertas e aventuras.
Com certeza absoluta estivemos presentes nos melhores momentos
uma da outra e nos não tão bons também. Sempre nos apoiando, dando conselhos,
ou jogando na cara mesmo.
Claro, nem tudo são flores, ela já me tirou do sério inúmeras
vezes, e bem lá no fundo, ela sempre fez isso com prazer. Mas eu também admito
que ela é um ser superior por aguentar meu mau humor e minhas “patadas” inconvenientes.
Mas apesar desses detalhes, não me lembro de uma briga que tivemos. Humildade para
reconhecer nossos erros sempre prevaleceu.
Existiram momentos que passávamos 24 horas por dia juntas,
mesmo depois de uma manhã inteira na escola ainda chegávamos em casa e eram
mais duas horas penduradas no telefone.
Houve fases que nos distanciamos, não andávamos compartilhando
da mesma sintonia, mas independente da estação nosso carinho e amor sempre
esteve presente. Como irmãs de coração e alma sempre estivemos aposto para o
que desse e viesse, e ainda estamos.
Juliani minha querida, desde seu pseudônimo Amy Daphne até
agora com sobrenome Jian.
Lembro-me do seu primeiro amor e me sinto feliz e em paz de
que encontrastes o seu amor eterno.
Eu sou infinitamente grata por ter você em minha vida,
compartilhar seus momentos especiais e jamais me perdoaria se eu não tivesse
vindo em seu casamento.
Estou muitíssimo orgulhosa da mulher que se tornaste.
Muito obrigada por confiar em mim e me amar com o mais puro altruísmo
da vida.
Nem a distância de sete mares será suficiente para separar
os nossos corações de irmãs.
A minha maior alegria foi ver o seu olhar de felicidade no
dia do seu casamento e isso jamais esquecerei.
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