Hoje, nesse sábado com clima tipicamente dublinio ou
curitibano como preferirem, sol, calor, frio e chuva em uma simples manhã,
estou eu aqui na capital irlandesa pela segunda vez.
Começou o segundo round e ele está tão surpreendentemente difícil
quanto o primeiro.
Para começo de conversa, a dificuldade começou uma semana
antes de embarcar. Eu simplesmente não queria mais vir.
Eu vivi tão intensamente os meus vinte dias de Brasil, dei tanto
valor aos rápidos segundos do dia, que quando eu acordei, eu estava me derramando
em lágrimas no ombro da minha mãe no aeroporto em Foz, me despedindo por mais
não sei quanto tempo.
Confesso que quando eu estava em Foz, eu ainda não tinha a
escola comprada, nem a passagem aérea de Amsterdã para Dublin, nem lugar para
morar, nem nada. Eu teria ficado no Brasil se fosse necessário, inevitável ou
se fosse amor.
Em fim, a viagem foi cansativa, mas deu tudo certo.
Cheguei em Dublin sem lugar fixo para morar. Fui dormir na
sala de uma antiga casa que morei.
Comecei a procurar um lar por grupos de brasileiros no facebook e por sites específicos de vagas em Dublin. Mas a oferta de moradia aqui está pequena para a demanda de pessoas procurando um cantinho para viver. Então visitei umas dez casas até ser a escolhida em uma delas.
Comecei a procurar um lar por grupos de brasileiros no facebook e por sites específicos de vagas em Dublin. Mas a oferta de moradia aqui está pequena para a demanda de pessoas procurando um cantinho para viver. Então visitei umas dez casas até ser a escolhida em uma delas.
Hoje divido um pequeníssimo apartamento em Dublin 1 com mais
três rapazes.
Bom, quem me conhece sabe que sou uma menina organizada, que
a mãe domou para jamais deixar um copo escorrendo na pia da cozinha. Que arrumava
a cama todos os dias, as roupas organizadas no guarda-roupa por ordem de
ocasião e mania de limpeza.
Bem, todos os meus TOCs (transtorno obsessivo compulsivo)
estão sendo adormecidos.
Só tenho uma coisa a dizer. Não é fácil.
Mas os meninos são bem queridos e gente boa.
Mas o que tem me quebrado também é o preço do aluguel,
antigamente eu pagava 150 euros por mês, agora aqui o aluguel é de 270 euros. Ou
seja, tenho que economizar na alimentação para equilibrar as contas.
Aqui eu tenho comido basicamente atum, quinoa, ovo, salada
de alface ou repolho, banana, maça e laranja.
E todo o cardápio bonito da nutricionista do Brasil ficou no
Brasil, pelo menos estou ao máximo conseguindo ficar sem glúten e lactose. Já que
feito os exames deu intolerância.
A academia está sendo um problema, pois como ainda tenho
esperança de achar outra casa para morar, ainda não me matriculei em nenhuma,
ou seja, meu professor da academia no Brasil está louco da vida comigo que ainda
não voltei a treinar para dar continuidade a nossa programação.
Minhas aulas ainda não começaram. Preciso também ir
até a imigração fazer meu visto. Só estou esperando a minha carta de attendance e o meu seguro saúde ficarem prontos.
Preciso arrumar um emprego, mas como o mundo todo sabe quem
tem indicação para pleitear um trabalho sempre ganha pontos positivos ficando à
frente de todos os concorrentes. Então, cheguei a conclusão que preciso sair,
conhecer pessoas e fazer um Networking bacana para ajudar a conquistar um Job.
Eu só não sei o porquê eu não me contentei em ficar
quietinha em Foz do Iguaçu, com um quarto só pra mim, um carro, o calor
maravilhoso, uma estabilidade emocional, financeira e até mesmo física, e claro
o amor e carinhos dos meus pais e amigos.
E eu também não sei o porquê, mas tenho a sensação de que
esse ano será inesquecível, mesmo com dificuldades e perrengues, saudades e
solidão.
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