Eu estava super ansiosa para retornar ao Brasil.
Quando o avião pousou em solos brasileiros eu senti uma
felicidade invadindo o meu corpo, talvez tenha sido o calor entrando em contato
com a minha pele acostumada a temperaturas baixas, mas eu juro que queria
beijar o chão do meu país.
Já ao chegar ao aeroporto de Foz do Iguaçu, eu não me
contive, sai correndo com o carrinho das malas, abracei meus pais e chorei,
chorei de soluçar.
Quando eu cheguei em casa, minhas meninas (cadelas) me
pulavam felizes da vida, com mais os filhotes que eu ainda não conhecera, eles
já ao contrário, quiseram me arrancar pedaços.
Mas estava tudo igual, no mesmo lugar de quando eu havia
partido. A cozinha, o quarto, banheiro. E mesmo assim eu me senti uma total
intrusa dentro da minha própria casa.
Demorei uns três dias para fazer o reconhecimento do lugar,
me ambientar e ficar a vontade novamente.
Então no meu primeiro dia, já comi comida de mamãe que
estava morrendo de vontade e me acabei chupando uva. (aquela uvinha tradicional
do sul do país, não sei o nome certo dela).
A noite fui encontrar uma amiga e dessa vez matei a saudade
de comer japonês. Depois encontrei outra amiga e fomos dançar na Argentina. Foi
uma noite incrível. Sei que voltei pra casa somente no almoço de domingo. E durante a tarde encontrei mais amigas
queridas e colocamos as fofocas de um ano inteiro em dia.
Na minha primeira semana em foz, foi inteira dedicada à
saúde. Fui ao dentista, nutricionista, médica, fiz mil exames e avaliações físicas.
E para a completa alegria dei o ar das graças na piscina, sim voltei a nadar e
também a musculação na academia.
Em um final de semana também consegui viajar para Concórdia
em Santa Catarina para visitar uma das minhas avós e passamos dois dias incríveis
juntas. Tomei chimarrão, comi frango com polenta e queijo colonial, pão com
nata, pão de queijo e grostoli.
Faltou visitar a outra avó, mas essa mora em Caldas Novas –
Goiás, que ficou totalmente fora de mão e de bolso para mim. Poxa é tão caro
viajar pra lá.
Já na minha última semana em Foz, era uma quinta-feira, eu
tinha um jantar na casa de uma amiga que mora no Country no Paraguai, eu já
estava pronta para ir quando minha madrinha me ligou de São Paulo perguntando
se eu não queria ir visita-la embarcando no voo das 6 da manhã do dia seguinte.
Sem hesitar eu disse que iria.
Fui para o jantar no Paraguai com uma amiga e voltamos de lá
uma da manhã. Cheguei em casa fiz minha malinha de viagem e fomos para o
Zeppelin que é um Pub com música ao vivo em Foz.
A banda tocou músicas pop nacionais que fizeram parte da
minha adolescência, então eu sabia quase todas as letras. Logo eu cantei, pulei, me diverti até o
final.
As cinco da manhã, parti então para o aeroporto. Subi no
avião e só acordei em Guarulhos.
O incrível foi que uma super amiga minha que conheci aqui na
Irlanda e que já voltou para a casa dela em São Paulo foi me buscar no
aeroporto, e eu fiquei imensamente feliz e agradecida por vê-la.
Então partimos pegar ônibus e fazer baldeação de metro para
chegarmos na Paulista, meu destino final.
Andamos a Paulista inteira, vimos as manifestações a favor e
contra o PT, passeamos em shoppings e fofocamos muito. No final do dia, me
despedi dela e fui esperar minha madrinha em seu apartamento para sairmos
jantar e encontrar o restante da família.
Eu havia agendado salão em Foz no sábado para cortar os
cabelos (um ano sem cortar) e fazer as unhas, claro antes de retornar para
Europa. Mas estando em São Paulo tive que desmarcar, e segunda-feira os salões
não abrem em Foz. E terça eu já embarcaria para Irlanda.
Então minha madrinha fez mágica e conseguiu horário em um
salão perto da casa dela. Agora meus cabelos estão curtos novamente.
Naquele sábado a noite fui ao aniversário na minha amiga
(considero prima) e por volta das dez da noite o táxi me apanhou para me levar a Guarulhos,
pois meu voo para Foz era o da meia noite. Preferi voltar antes dos protestos
que ocorreriam no domingo do dia 15 de março.
Desembarquei em Foz uma e meia da manhã, e uma amiga com
mais outras meninas foram me buscar no aeroporto, e dessa vez seguimos em
direção à Argentina para conhecer uma nova balada eletrônica de Puerto Iguazu.
Realmente foi um final de semana de tirar o folego, com
Paraguai, Foz, São Paulo e Argentina em menos de quatro dias, mas que super
valeu a pena.
Tive o domingo para ficar com meus pais e também para
comprar produtos de higiene e meias que eu queria trazer para Irlanda.
Na segunda-feira nadei pela última vez, fiz uma avaliação física
na academia e ganhei estrelinha do professor. Rolei com minhas cachorras no
chão, comi mais algumas uvas e açaí.
Na terça-feira de manhã arrumei minha mala correndo, tive
meu último almoço feito pela mamãe, conversei por telefone com as avós e tias e
fui para o aeroporto.
E mesmo com a semana corrida sem tempo para negatividade, e
eu me sentindo uma Fernanda mais zen e calma, teve um dia que meu pai conseguiu
me tirar do sério e que acabei me descontrolando.
Meu pai não é uma pessoa fácil de lidar, e eu sei que ele não vai mudar, eu é que tenho que me adaptar ao jeito dele de pensar e agir. Mas em fim, na última semana ele não falava comigo, era frio, e até nos últimos momentos antes de embarcar ele não deu o braço a torcer. E isso me deixou sentida, triste. Não com ele, mas comigo mesma. Poxa vim aqui para o outro lado do mundo, eu disse a ele que o amava e ele não me retornou uma palavra se quer. Em fim, PAI, se por acaso o senhor ler isso aqui, me desculpe e saiba que eu te amo muito.
Meu pai não é uma pessoa fácil de lidar, e eu sei que ele não vai mudar, eu é que tenho que me adaptar ao jeito dele de pensar e agir. Mas em fim, na última semana ele não falava comigo, era frio, e até nos últimos momentos antes de embarcar ele não deu o braço a torcer. E isso me deixou sentida, triste. Não com ele, mas comigo mesma. Poxa vim aqui para o outro lado do mundo, eu disse a ele que o amava e ele não me retornou uma palavra se quer. Em fim, PAI, se por acaso o senhor ler isso aqui, me desculpe e saiba que eu te amo muito.
Foi indescritivelmente mais difícil entrar no avião dessa
vez.
Meu coração, pensamento e alma estão no Brasil.
Vim cumprir minha meta. E assim que atingir meu objetivo,
mãe, eu volto pra casa outra vez.