Acabei de perceber como eu adoro uma contagem regressiva.
Ela pode ser encarada como uma motivação, um momento probatório,
um planejamento, ou somente a ansiedade mesmo tomando conta da cabeça.
Pois bem, dessa vez essa regressiva é para os meus 27 anos
de vida completos.
Da para imaginar que dez anos atrás eu estava no meu
primeiro ano de faculdade? Não!
Eu sempre achei divertido fazer aniversário por conta da
comemoração, dos presentes, do suco de laranja e dos morangos na cama, da
cartinha e do dinheiro dado pelos pais, da escolha do primeiro pedaço de bolo,
dos telefonemas da família, do abraço dos amigos.
Mas sempre me entristeceu o fato de ficar mais velha e o
fardo que é imposto por isso.
Acho que o primeiro grande baque acontece aos 6 anos quando
temos idade suficiente para entrar no primário.
O segundo trauma vem aos 12 anos quando somos apelidados
pela primeira vez de adolescentes, porém ainda brincamos de casinha.
Aos 15 anos somos apresentados para a sociedade e é
geralmente onde iniciamos a nossa fase de baladas com uma grande festa de
arromba e talvez nosso primeiro experimento alcoólico.
Aos 18 anos já somos maduros o suficiente para tomarmos as decisões
mais assertivas da vida (só que não) e a pressa de vivê-la é tamanha que já
planejamos nossas carreiras, casamentos, idade para ter filhos e quando nos
aposentaremos.
Chegamos aos 20 e definitivamente nos definimos como adultos
e independentes.
Outro grande baque na vida é aos 25 anos quando nos achamos
velhos para o mercado de trabalho, velhos para o intercâmbio, velhos para
encontrar o amor da nossa vida e mal percebemos que acabamos de sair das
fraldas e do colinho dos nossos pais.
E agora aos 27 cai a ficha que eu vivi mais da metade da
metade da minha vida (estimada em 100 anos). E fui muito feliz nesse meu
primeiro ¼.
E que apesar da sociedade me mandar ter um emprego público e
estável, casa própria, marido e filhos eu como uma menina rebelde calço meu
sapato sem um destino criado. Ele é só sonhado e intuitivo.